World Series: simplesmente, beisebol.


Mais uma temporada chega ao fim. Mais uma vez, os playoffs e, em especial, a World Series mostraram que emoção é o que não falta nesse esporte. Emoções distintas, é bem verdade, mas que contagiaram todos os envolvidos. A começar pelos torcedores neutros, que não tiveram seus times envolvidos na disputa e que acompanharam as partidas simplesmente pelo amor ao beisebol. Nestes, o sentimento é de uma pós-temporada cheia de reviravoltas. Começando pelo jogo maluco de Wild Card na AL, passando pela partida interminável entre Giants e Nationals, pelos confrontos entre os azarões na final da AL, o equilíbrio entre gigantes na final da NL e finalmente chegando ao jogo 7 da World Series. Torcedores estes que, se não vibraram com toda sua vontade, com certeza sentiram um arrepio, ainda que de leve, em vários momentos. Ah, o beisebol…

A situação foi totalmente diferente em Kansas e sua torcida azul. A amargura e a apatia que perduraram durante 29 anos, que andaram de mãos dadas com a mediocridade da equipe, subitamente se foram com a vaga nos playoffs. Uma torcida que, num jogo único diante dos Athletics, viu seu time ser eliminado até o final da nona entrada e buscar uma virada histórica. Que viu, naquele momento, surgir uma confiança inabalável nos jogadores. Que presenciou disputas contra os favoritíssimos Angels serem decididas em entradas extras jogando em LA. Que viveu confrontos apertados contra os Orioles, mas que ainda assim os varreu na decisão da Liga Americana. Que viu sua paixão chegar até a tão sonhada World Series e se sentir imbatível, com oito vitórias seguidas na bagagem. Que gritou, com todas as suas forças, para intimidar uma franquia tão tradicional quanto os rivais Giants. Que sofreu, ao ver seu time a um jogo da eliminação. Que respirou aliviada, quando um jovem arremessador calou o ataque adversário, dias após perder um de seus amigos mais próximos, e levar a decisão para o jogo 7. Ah, o jogo 7. O jogo que ninguém quer precisar jogar. O jogo que todos querem jogar. O jogo que todos querem assistir. E novamente a torcida ficou com o coração apertado. E viu os vilões atacarem primeiro e abriram o placar. E vibrou com a reação imediata de seus heróis. E ficou tensa, quando os adversários retomaram a liderança. E suou frio, a cada entrada que sua equipe não conseguiu anotar uma corrida. E que, finalmente, foi às lágrimas quando Salvador Perez foi eliminado pela última vez. Uma conquista tão grande, tão simbólica em meio a anos de frustração foi adiada mais uma vez. Os Royals merecem todos os elogios por chegarem tão longe. Mas para seus torcedores, os próximos dias serão de dor. Uma dor ainda maior do que a que sentiram nos últimos 29 anos. Ah, o maldito beisebol!

Do lado oeste do país, a torcida laranja festeja o terceiro título em cinco anos. Uma nova dinastia se formando? Quem sabe! O que importa é o doce sabor da vitória. Uma vitória tão grande quanto a paixão de sua torcida pelo seu time. Tão grande quanto a tradição de uma franquia centenária, que atravessou o país de costa a costa para continuar sua maior rivalidade. Tão grande quanto a energia do maluco Hunter Pence, que parece dar o seu melhor sempre que o momento é decisivo. Tão grande quanto esse monstro chamado Madison Bumgarner, que escreveu sua lenda como um dos arremessadores imbatíveis nos playoffs. Tão grande quanto uma World Series merece ser. Tão grande quanto uma equipe que carrega o nome de Giants. Ah, nosso querido beisebol!

Autor do post

Blog do Beisebol (Guilherme Shiniti)


1 Comentário

  • Cara, excelente texto! Comecei a acompanhar a mlb faz pouco tempo e mesmo assim já deu uns arrepios ver esses jogos equilibrados. Uma pena que os Royals saíram derrotados.

    Parabéns pelo texto e pelo blog todo!

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