Hall of Shame?


Nesta quarta-feira, os resultados da votação anual para eleger quais jogadores merecem entrar no Hall da Fama foram anunciados. E, pela primeira vez desde 1996, nenhum jogador foi imortalizado.


Em 2013, 37 jogadores foram elegíveis para receber votos (jogaram por mais de 10 anos na MLB e completaram cinco anos aposentados do esporte), sendo 24 em seu primeiro ano de elegibilidade. Para entrar no Hall, o atleta precisa receber pelo menos 75% dos votos possíveis dos jornalistas da associação de escritores de beisebol, a BBWAA. Com 569 escritores aptos a votar, a margem mínima para ser eleito em 2013 foi de 427.

Craig Biggio foi quem passou mais perto de ganhar uma placa em Cooperstown, logo em seu primeiro ano de votação, com 68,2% de votos possíveis. Jack Morris, em sua penúltima das 15 oportunidades, foi o segundo mais votado, com 67,7%. Além de Biggio, cinco nomes em seu primeiro ano de eligibilidade chamaram a atenção antes mesmo do resultado ser anunciado: Barry Bonds, Roger Clemens, Mike Piazza, Curt Schilling e Sammy Sosa.

Bonds é o líder de home runs da MLB (762) e, discutivelmente, um dos melhores da história. Clemens venceu 7 prêmios Cy Young e acumulou mais de 350 vitórias e 4500 strikeouts na carreira. Sammy Sosa é o único jogador a rebater mais de 60 home runs em três temporadas e quebrou a marca dos 600. Piazza e Schilling não tiveram números tão impressivos quanto esses apresentados. Entretanto, o primeiro é considerado o melhor rebatedor a jogar como catcher na história da liga, enquanto o segundo foi fundamental em jogos da pós-temporada e na conquista da World Series pelo Boston Red Sox.

Carreiras brilhantes, estatísticas dignas de Hall of Fame. Então, por quê não foram eleitos? Por um motivo em comum: a polêmica com esteróides. Seja por acusações ou testes positivos para uso de drogas ilegais, todos estiveram envolvidos em algum tipo de escândalo. E ficou claro que os “eleitores” levaram em conta tal condição.

Apesar das acusações, nunca houve uma comprovação contra Piazza e Schilling. Essa é a razão por receberem mais votos (57,8% e 38,8%, respectivamente) do que Clemens e Bonds (37,6% e 36,2%), que sofreram maiores alegações ou tiveram seus casos comprovados.

A expectativa do que aconteceria na votação acabou. Muito se questionava se jogadores com números tão bons ficariam de fora por culpa de esteróides. A resposta foi positiva. E o motivo é bem claro: a preservação da MLB como uma liga que prioriza o jogo limpo. Eventualmente, deverão entrar em votações posteriores. Mas não terão o gostinho de ser eleitos logo em sua primeira oportunidade.

Autor do post

Blog do Beisebol (Guilherme Shiniti)


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